06/07/24

A melhor análise














Pouquíssimos são os jornalistas esportivos que eu realmente gosto pela razoabilidade em seus comentários ou análises. O Carlos Eduardo Éboli, por exemplo, é um dos que eu não considero entre os melhores, Entretanto, foi - em minha opinião -  quem melhor avaliou o Luiz Henrique no Botafogo:

"- Luiz Henrique ainda não rendeu o que muitos esperam dele. Eu, particularmente, analiso histórico e carreira do jogador jovem, ainda não teve o papel de protagonista. Veio depositado no colo dele esse papel no Botafogo, por ser a contratação mais cara da história, mas ele não tem culpa da avaliação do mercado. Ele vai entregar o que vinha entregando ao longo da carreira. Pode evoluir como jogador, não tenho dúvida, tem margem enorme de evolução, mas não é esse protagonista que a torcida construiu quando ele foi contratado, no meu entendimento. Estou olhando só para a carreira dele. O que construiu está sendo bem coerente no Botafogo, não está fugindo muito ao que já fez. Vai entregar alguma jogada individual, algo diferente, tem visão bacana de campo, mas vai oscilar. Vai ter momentos que não vai render, como na vitória por 2 a 1 sobre o Cuiabá".

Disse tudo! Ninguém discorda que o LH tem uma técnica diferenciada (para os padrões do futebol brasileiro) e nem vai desconsiderar algumas partidas de relevância durante o período no ECTD ou Bétis. Mas, de fato, o camisa 7 alvinegro nunca foi constante e sempre teve esses rompantes de preguiça entre os bons momentos.

Fui contra a sua contratação?

É claro que não.

Gostei quando ele foi anunciado?

É óbvio que sim.

Só que eu concordo com o Éboli: Houve avaliações financeiras e técnicas (pela expectativa) equivocadas por parte do Botafogo. E também pela parte da torcida que bate pratinho para qualquer coisa que tenha repercussão em redes sociais. A festa pelo "título de contratação mais cara do futebol brasileiro"  quando o LH foi contratado (pelo Lyon!!!) me fez sentir um pouco de vergonha alheia.

Foram os mesmos que venderam a imagem de reforço de primeira prateleira do futebol mundial.

O jornalista foi cirúrgico.


SAUDAÇÕES ALVINEGRAS!!!

7 comentários:

Damião disse...

Concordo plenamente com sua análise RF, mas será que o treinador não poderia explorar mais o potencial de LH, fazendo alguns ajustes no seu posicionamento em campo? Tenho impressão que LH ainda não rendeu nem 50 % da sua capacidade , seja por problema na escalação ou por comodismo mesmo. Cabe ao AJ, procurar a resposta pra isso.

Rodrigo Federman disse...

Damião, isso com certeza também.
Abs e SA!!!

Marcio disse...

Para demonstrar o meu entendimento sobre o L. Henrique, trago mais uma vez uma fala do Buffon, sobre os goleiros jogarem com os pés:

"Faz uns sete ou oito anos que os goleiros jogam mais e mais com os pés, iniciam as jogadas. Isso requer maior técnica, mas as pessoas esquecem que o principal é que um goleiro saiba defender. Me incomoda que se valorize um porteiro porque ele é bom com os pés. É uma falta de respeito. A primeira coisa para o goleiro é saber defender, sair da área, socar a bola, agarrar. Só depois podemos analisar sua arte com os pés"

https://www.uol.com.br/esporte/futebol/ultimas-noticias/2017/03/20/buffon-critica-exaltacao-a-goleiros-bons-com-os-pes-e-inveja-frangueiros.htm#:~:text=%22Faz%20uns%20sete%20ou%20oito,%C3%89%20uma%20falta%20de%20respeito.

Opinião de um dos melhores goleiros que vi atuar e que concordo.
Traçando um paralelo do que disse o Buffon com o desempenho do LH, pode ser também que as muitas exigências táticas a serem cumpridas afetem o seu desempenho.
Será que avaliaram que tipo de atacante é o LH e se o seu tipo de jogo se enquadra ao que pensa o técnico?
Lembro também do que disse o Guardiola sobre a decisão de ter centralizado o Messi...

“Messi jogava muito deslocado na lateral e eu sabia do potencial que ele tinha. Tinha claro que era nosso melhor atleta. Um jogador com suas características devia jogar no centro, porque é necessário que toque a bola quantas vezes seja possível”

https://trivela.com.br/espanha/guardiola-explica-como-messi-se-tornou-o-melhor-do-mundo/

Claro que não se trata de comparar LH com o Messi, seria insano, mas cabe questionar o que seria do Messi se tivesse permanecido na ponta direita, com a obrigação de ajudar o lateral a marcar, fazer uma série de recomposições defensivas...
Provavelmente seria 85% do que é.
Um dos grandes problemas é que andam colocando a tática acima da técnica e não como aliada...
Veja o caso do T. Soares, elogiado por fazer o pivô, de sair para tabelar com o meio de campo, entre outras situações.
E gols, que é a obrigação do centroavante?
Claro que o LH ainda não é e nem sei se será o jogador acima da média, mas tem técnica para ser capaz de ser mais do que um coadjuvante se entender como melhorar a sua disposição em campo e encontrar um técnico que saiba retirar o melhor naquilo que pode oferecer.

SA!!!

Rodrigo Federman disse...

Perfeito, Marcio. É exatamente tudo isso que comentou. O LH não é o gênio que pintaram, mas poderia/deveria estar rendendo mais.
Abs e SA!!!

higor disse...

Concordo com o que foi dito pelo jornalista. E aí jogo uma intriga: será que o Almada vai pelo mesmo caminho?

JorgeFs disse...

Não gostei do comentário desse repórter só pelo fato dele está certo e por o dedo na ferida que vemos nas contratações sem resultados que assolam o glorioso, Patrick Hernandez Barbosa Hálter e que alto custo também o Gregore, é muito investimento pra pouco resultado, pro torcedor que times com menor investimento no mesmo patamar, dói vou citar um pra Bragantino, os responsáveis pelas contratações devem ser vesgo

Rodrigo Federman disse...

Higor, diferente do LH, que eu já conhecia o mínimo, confesso nunca ter assistido o Almada.

Jorge, ele mandou muito bem.

Abs e SA!!!